terça-feira, 9 de março de 2010

Urina fresca, anyone?


Uma das minha medidas ecológicas que ando a por em prática é a seguinte: leitura ecológica. É muito simples: vou à FNAC ou à Bertrand com os miúdos, escolho um livro que me pareça interessante e sento-me na secção das crianças. Enquanto os meus filhos deambulam entre os livros da Hannah Montana e do Ruca, eu tento arrumar o meu real traseiro numa daquelas cadeira minúsculas e vou folheando o livro escolhido (e para aqueles que já fizeram o TKT, estou a fazer mais do que um skimming ou reading for gist - porque o objectivo não é comprar o livro :)).

Podem dizer que isso não é uma medida ecológica, mas simples forretice. Quem me conhece sabe que o termo forreta não se aplica bem a mim. Já foram inúmeras as vezes que volto das compras com algum livro que acabo por não ler.

Assim, nas minhas últimas sessões de leitura ecológica descobri mais um livro (O pequeno livro verde da jardinagem) que apresentava uma solução para o meu compostor que se encontra totalmente a abarrotar de restos de vegetais e de cinza. Ou seja, tenho entre mãos um pequeno problema de decomposição. O meu compostor já está tão cheio que cada vez que eu tenho vegetais para despejar entro em paranóia porque já não tenho onde colocar as cascas de batatas e as folhas amarelas da couve .

A sugestão dada pelo livro é a de que se deve juntar urina fresca ao compostor, porque isso acelera o processo de decomposição (resta saber se tem de ser a primeira urina da manhã, em jejum, ou se, para o efeito, qualquer uma serve).

Não vou esconder que já me passou pela cabeça experimentar (penso utilizar a primeira urina da manhã, para não ter de passar pela vergonha de me cruzar com a vizinha, carregando um frasco com um líquido amarelo estranho rumo ao compostor), mas ainda não ganhei coragem. E há algumas questões que me fazem duvidar desta medida: 1º. Será que resulta mesmo ou vou fazer figura de urso com o frasco da urina; 2º. Qual é a quantidade recomendada? (uma vez todos os dias? mais? menos?); 3º Isso não deixará um cheiro nauseabundo a casa de banho pública ?

O livro não dava todos os detalhes (desvantagens de uma obra intitulada 'O pequeno livro...'!) e continuo à procura de mais informações sobre como acelerar o processo de decomposição do meu compostor. Se alguém tiver alguma sugestão, you're welcome!

domingo, 7 de março de 2010

10 medidas ecológicas para o mês de Março.

Não sou louca de tentar implementar uma medida nova por cada dia do ano. Eu não sou solteira, não vivo em Toronto. Eu trabalho, tenho 3 filhos (um dos quais bem dependente de mim - tipo duas em duas horas), sou casada e tenho uma casa demasiado grande em relação à minha capacidade de manter as coisas arrumadas e limpas.

Mesmo assim vou preparar uma lista de 10 coisas que vou mudar na minha vida (e na vida da minha família - desculpa lá amorzinho, mas tu também vais entrar nisto!). Vou utilizar como base (não exclusiva) a lista de 365 resoluções ecológicas de Vanessa Farquharson, mas aceito mais sugestões.

Então, durante o mês de Março vamos tentar (não necessariamente por esta ordem):

1. Utilizar a máquina de lavar roupa e de secar APENAS no período mais económico da tarifa bi-horária (já sou utlizadora deste tarifário há 2 anos).

2. Desligar TODOS os aparelhos electrónicos na tomada sempre que não estiver a utilizar (nada de stand-by ou sleep).

3. Adoptar papel higiénico reciclável.

4. Usar sacos de compras reutilizáveis.

5. Usar uma garrafa térmica para o chá.

6. Instituir a regra 'É proibido andar dentro de casa com sapatos de rua'

7. Adoptar uma planta (qualquer uma) e mantê-la viva.

8. Conduzir de forma a reduzir o consumo de gasóleo.

9. Aderir ao Freecycle português.

10. Entregar roupas e calçado que já não uso (mas que ainda estão decentes) a instituições de caridade

Fraldas Ecológicas








Como algumas pessoas sabem, eu e o meu marido já contribuímos, e muito, para o aumento demográfico de Portugal. Na verdade já somos considerados uma família numerosa, com direito a 20% de desconto na factura da água e tudo.

Apesar de termos tido o nosso terceiro filho há pouco mais de mês e meio foi só agora que decidimos (este plural majestático é giro, não?), pronto, foi só agora que eu decidi comprar fraldas ecológicas. Sempre que mudava as fraldas aos meus dois primeiros filhos ficava bastante incomodada com o volume de lixo diário que produzia. Sabia que as fraldas descartáveis demoram uma infinidade de tempo a serem decompostas. Essa foi a razão principal que me levou a investigar sobre o assunto.

Existem vários sites que comercializam estas fraldas, mas após uma busca não muito intensiva (aborrece-me ler muita informação no écrã) dei de caras com este site da Ecological Kids (e não, não sou patrocinada por eles, apenas gostei do produto e do serviço - super rápidos e super certinhos). Aquilo era uma confusão de fraldas de vários tipos de fraldas, com e sem bolsos, de tamanho único ou com vários tamanhos. Demorei uns meses até me decidir mandar vir um pack de iniciação de rapaz. São um pouco caras, é certo (em média os preços por fralda rondam os 21 euros, mais coisa menos coisa). E também havia a agravante que eu tinha medo que não resultassem (ia haver fugas, não seria capaz de as colocar no bebé como deve ser, etc) e ainda ia ter de ouvir bocas foleiras do meu marido em como fora enganada (mais uma vez). Mas o resultado até que nem foi muito mau. Depois de sujas é só acumular em número suficiente, enfiar na máquina (sem por de molho nem nada, vai com o que tiver mesmo) lavar a 60º e secar na secadora. Tive alguma dificuldade em colocar no bebé nas primeiras vezes. Sim, tivémos algumas fugas, mas agora estou plenamente convencida. Já mandei vir mais uma data delas e estou a pensar encomendar toalhitas reutilizáveis.

Desvantagens das fraldas? Bem, são um pouco caras (é preciso um ano de utilização para pagar o investimento); alguns modelos vincam as costas do bebé com o elástico; e há quem diga que o consumo de água e de electricidade acaba por ser tão mau como o desperdício das fraldas descartáveis. E há a 'chatice' de termos de estar sempre a lavar e a secar (não é só ir ao supermercado e abrir o pacote).

O serviço deles também é muito bom. Podemos encomendar online, pagamos e dois dias depois está em nossa casa. A empresa também vende outro tipo de absorventes, como pensos higiénicos, mas acho que a minha veia ecológica ainda não chega TÃO longe.

Dormir nú é MESMO ecológico?

Ora aqui está um dos motivos pelos quais iniciei este blog. Comecei a ler o livro Dormir Nú É Ecológico, e achei que a ideia de ter um blog onde fosse registando as minhas adopções ecológicas (como utilizar papel higiénico reciclado - não mãe, isso não quer dizer que já foi usado antes por alguém! - ou adoptar fraldas ecológicas) e questionando vários peritos sobre a exequibilidade de algumas medidas (como deixar de ter carro ou abolir de vez o uso do frigorífico). Para isso vou contar com uma especialista no assunto, a minha super-crânio irmã caçula - que por acaso é bióloga e coisa e tal, e co-autora deste blog (isso significa que tu, Lia, também tens de escrever e experimentar adoptar novos hábitos ecológicos). Pedimos a todos os nossos amigos e inimigos, amantes e família em geral que participem, dando ideias ou comentando algumas das loucuras que vamos experimentar fazer. A ideia é apresentar medidas que realmente façam algo pelo nosso planeta, mesmo que sejam passos pequenos. E que o que se sugira seja possível de executar em Portugal ou no Brasil.